José Leite de Vasconcelos

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José Leite de Vasconcelos.

O professor português no Vale de Xalma.

Reproduzimos o ANEXO 3: José Leite de Vasconcelos / O professor português no Vale de Xálma  do livro A FALA DE XÁLIMA / O Falar fronteirizo de Eljas, San Martín de Trevejo y Valverde (Editora Regional de Extremadura, Mérida 1999), cujo autor é José Luis Martín Galindo, membro do GRUPO XÁLIMA.

É um documento interessante, já que fornece dados, fotos, cartas manuscritas de Leite de Vasconcelos e outros documentos que eram inéditos e desconhecidos (e cujos originais conserva o autor do livro), descobrindo que o professor português, como era chamado em São Martinho de Trevelho, manteve uma estreita e intensa relação com a vila manhega e com as outras duas localidades do Vale de Xalma (Elhas e Valverde) durante mais de catorze anos, aproximadamente entre 1920 e 1934).

José Leite de Vasconcelos, o intelectual português de maior relevância internacional da primeira metade do século XX, foi o primeiro linguista que deveras se preocupou pela língua e a cultura dos habitantes do Vale de Xalma, e não a partir de um gabinete, mas percorrendo de lés a lés este território e estabelecendo fortes vínculos com a sua vinzinhança… Leite de Vascocelos investigou sobre o terreno, durante muitos anos, as manifestações culturais do Vale de Xalma e a linguagem de manhegos, lagarteiros e valverdeiros, fazendo serãos com os moradores (reuniões nocturnas para conversar em grupo), entrevistando-se com centenas de habitantes, assistindo às festas populares, etc.

Resultado deste intenso e riguroso trabalho de pesquisa, em 1927 publicou Linguagem de San Martín de Trevejo que recolhe este anexo e em 1933 Português dialectal da região de Xalma, que aborda o estudo do manhego, do lagarteiro e do valverdeiro que proximamente partilharemos neste site do GRUPO XÁLIMA.

Consideramos que esta publicação é mais um testemunho da vinculação da fala de Xalma à língua portuguesa.

Porque, quer se admita quer não, o Vale de Xalma e a região portuguesa de Riba-Côa estão unidas, desde tempos céltico-romanos, por fortes vínculos étnicos, históricos, linguísticos e culturais. A ilustre catedrática de Filologia da Universidade de Coimbra, Clarinda de Azevedo Maia, afirmou que são partes separadas de uma mesma região étnica e cultural: «Duas regiãos vizinhas separadas de maneira mais o menos artificial pela fronteira política, mas, num passado mais ou menos remoto, íntimamente unidas»1.

ÍNDICEANEXO 3: José Leite de Vasconcelos / O professor português no Vale de Xálma


1 DE AZEVEDO MAIA, Clarinda: Os falares fronteiriços do Concelho do Sabugal e da vizinha Região de Xalma e de Alamedilla. Facultade de Letras da Univeridade de Coimbra, 1977.


 

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