Os textos da tradição oral do Vale de Xálima.
Novo livro de José Luis Martín Galindo.
JOSÉ LUIS MARTÍN GALINDO, diretor de Piedras con Raíces. La Revista de Nuestra Arquitectura Vernácula e presidente da Asociación por la Arquitectura Rural Tradicional de Extremadura (ARTE); assim como membro e cofundador do Grupo Xálima, apresentou recentemente o seu livro Taita. Os textus de tradicióm do Val de Xálima, editado pela Tau Editores.
O livro compila histórias, adivinhas, comparações e singularidades das idiossincrasias dos três povos falantes de Vale de Xálima, localizados na parte mais ocidental da nossa região cacerenha da Serra de Gata.
Começa com uma introdução na qual lembra que taita é um substantivo de origem ancestral que se perdeu tanto em Portugal como no resto da parte mais ocidental da península ibérica, mas que ainda sobrevive em dois dos povos falantes: Elhas e São Martim de Trevelho. Com esta palavra quer dignificar os mais velhos, aqueles que durante séculos transmitiram oralmente para nós o tesouro linguístico que guardamos neste belo canto da nossa região.
Em seguida, continua com a coleção, escrita em a fala, tal e como foram transmitidas de geração para geração, das diferentes histórias resgatadas nas aldeias das Elhas, São Martim de Trevelho e Valverde do Fresno. Nos dois capítulos a seguir são compilados, por um lado, 181 ditados e provérbios; e por outro, enigmas e comparações. O quarto capítulo é dedicado a «O jeitu manhegu i as machás«, recolhendo a singularidade da personalidade manhega sustentada nestas frases, que o autor explica assim: “Chama-se “machá” à frase inteligente, ocorrente e com uma certa graça que fecha uma conversa, a história de uma história ou um evento bem-humorado…«. O livro conclui com noções gramaticais da fala de Xálima, para facilitar a compreensão dos textos incluídos no livro transcrito na sua linguagem galego-portuguêsa, carácter desta linguagem que defende no grupo Xálima juntamente com os outros dois cofundadores, o professor de português na EOI de Santiago de Compostela Eduardo Maragoto e o escritor valverdeiro Antonio Corredera.